segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Olhando o fundo azul

Hoje fiquei vendo o fundo da piscina enquanto nadava e percebi que mergulhada na água, deslizando lentamente, podia ouvir mais profundamente a minha respiração.Assim, pude no silêncio, ativar memórias preciosas. Hoje busco nas águas o equilíbrio que essa nova fase da minha vida retirou. A instabilidade emocional é uma marca constante nessa fase da minha trajetória. Mas o encontro com outras mulheres sempre me faz refletir. Somos todas parecidas e tão diferentes. Cada uma ao seu modo, dizendo de diversas formas como desenvolveram mecanismos para navegar por esse mar.
Até então eu achava que meu barco tinha GPS. Não podia imaginar que o climatério seria um tsumanami que surge debaixo de um mar calmo. Tenho a maturidade, mas não o preparo para lidar com a sabedoria que a idade nos dá e o desgoverno que o nosso corpo opera.
Das víceras, pelo menos das minhas, nasce todo dia uma surpresa, prisão de ventre por dias, rins que filtram sem parar e do nada resolvem parar de repente. Intestinos que oscilam entre liberar e reter. Temperatura corporal que vai do frio ao calor abrasador em segundos ou minutos. Medos que assolam o sono, que desde os quarenta anos me acompanham.
Por outro lado, dias que nascem ensolarados e me sinto poderosa por horas, para depois ter vontade de se esconder e não falar com ninguém. E menina, ainda ter que trabalhar e ser profissional competente e segura.


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