sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sempre mergulhando

Hoje sentada diante do Lago vislumbrei trechos da minha vida. A menina medrosa que não dormia de luz apagada, a adolescente que tremia diante da possibilidade de pisar em um terreno desconhecido à medida que se descobria mulher. A mulher adulta que ansiou pela maternidade e quando ela aconteceu ficou estática com seu primeiro filho nos braços e se perguntava: agora sou eu e ele, e daí como vou conseguir gerir esse processo?
Em seguida vi a mulher madura que está na curva da estrada mergulhada num turbilhão de incertezas. Abrindo mão da loucura incessante dos meus pensamentos e buscando construir mais perguntas diante das imagens que se dissolvem à minha frente. Quem eu era, quem sou e o que não mais ser...
As lanchas velozes levantam marolas e eu abro me abro em choro, porque queria me deixar levar pelo arremesso das águas, mas me contenho, porque ainda tenho novelos de lã para fiar. Sei que preciso fazer nascer a tecelã de palavras que ainda não conhece seu próprio desenho.

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